Ao contrário do que muitos possam imaginar, o hot-dog mais famoso do mundo não está nos EUA, mas sim na Islândia! O Bæjarins Beztu Pylsur é sem dúvida um fenômeno na Islândia desde 1937, mas se tornou mundialmente famoso apenas 1994, quando o então presidente americano Bill Clinton jogou contra a pátria e foi abduzido pelo charme irresistível da atendente Maria Einarsdottir.
Na época, ela conta que viu o presidente passar com sua comitiva em frente ao seu trailer e gritou – Os melhores hot-dogs do mundo! – quando então Clinton resolveu fazer uma parada não programada para experimentar os famosos cachorros quentes Islandeses.
Clinton não deu exatamente um veredito, mas o simples joinha do ex-presidente, causou o que é conhecido como Clinton Effect , e foi o suficiente para valer mais que uma estrela no guia Michelin! Logo depois vieram outros atestados públicos de qualidade, como o de Anthony Bourdain em seu programa Sem Reservas, (que também experimentou o Hákarlse, carne de tubarão fermentado, e se arrependeu profundamente), e também de outros famosos como o ator Charlie Sheen, e o vocalista do Metallica James Hetfield.
O segredo
Vamos entregar o jogo, mas essa eu quero ver o Caio Novaes do Ana Maria Brogui copiar! Na Islândia todos os hot-dogs são feitos com carne de cordeiro, que são alimentados apenas com capim orgânico! Como o país possui uma série de proibições sobre a importação de alimentos, carnes menos nobres utilizadas nas salsichas (leia-se restos de bovinos, suínos, aves) não entram para competir com a preciosa carne de hot-dog de cordeiro Islandês. Com quase o dobro de cordeiros por habitante no país, produzi-lo orgânico se torna um negócio financeiramente sustentável, ao ponto de virar carne de hot-dog.
Chegando até o trailer
ntes de sair para o fantástico Harpa Hall fomos direto aumentar a lista de clientes anônimos do Bæjarins Beztu Pylsur, (vamos chamar de BBP por favor!), em uma tarde provavelmente abaixo de 0.
Achávamos que para nossa sorte estaria vazio e sem filas, pois não fazia parte de nossos planos ter que ficar esperando nossa vez ao relento. Mas para nosso azar confundimos o BBP com um depressivo trailer de camarão frito, que obviamente não fazia tanto sucesso quanto seu vizinho sabatinando por Bill Clinton, e olhando de longe à quase um quarteirão, vimos a fila do BBP (na esquina da rua Tryggvagata com a rua Pósthússtræti, em frente à um estacionamento público) aumentando o suficiente para nos fazer apertar o passo sem medo de escorregar no gelo antes que ganhássemos mais um dígito na espera.
Nossa opinião.
Fizemos como todo bom Islandês: fomos atendidos pela Dona Einarsdottir (20 anos após Bill Clinton deixa-la famosa segue sendo uma simpatia!), compramos dois pães para cada um (para não ter que enfrentar a fila de novo), escolhemos a mesma configuração do Bill (sem ketchup, apenas com mostarda condimentada, um molho com especiarias e cebola), compramos uma coca-cola servida a temperatura ambiente, para ajudar a descer caso a opinião do Bill não fosse muito confiável, e pegamos guardanapos extras junto com nossos hot-dogs embrulhados ecologicamente apenas em um papel de cera.
Depois de dois “cordeiros-quentes” nossa opinião foi unânime: É de fato é um Hot-dog muito gostoso e com sabor único, sem dúvidas. Entre nós dois, Fellipe pensa que até aquele momento o BBP foi melhor hot-dog de sua vida, que veio a perder apenas para o Hot-Dog que havia comido dias antes no posto de combustível N1 em Kirkjubaeklaustur. Já a Luciana acha que foi o segundo melhor (ela não experimentou o hot-dog do posto), e segue acreditando que o hot-dog de carne com bico de pato da praia de Charitas em Niterói é o melhor.