O Golden Circle é o nome dado à rota turística mais comum na Islândia. Se existisse um daqueles livros amarelos da série “Dummies” para a Islândia, certamente o primeiro capítulo seria dedicado à este roteiro, que é bem fácil de se fazer em qualquer época do ano.
O caminho consiste em um percurso “circular” de aproximadamente 300km partindo e chegando à Reykjavík, e percorrendo 3 grandes atrações; O Thingvellir National Park, a Gullfoss Waterfall e Geysir.
O Þingvellir National Park
Este parque, declarado como patrimônio mundial da humanidade pela Unesco em 2004, é um dos lugares com maior importância para os Islandeses. Ficamos impressionados com a beleza e a história que se abrigou ali. Ao longo do tempo a área do parque foi usada não só para as atividades parlamentares, mas também como centro social e até mesmo local para brutais punições e execuções públicas durante o século 17. Curiosamente, esta pluralidade acabou se tornando a principal alegação que hoje os Ingleses usam para reivindicar o posto de “parlamento mais antigo da história da humanidade” para a Ilha de Man (Inglaterra).
Disputas à parte, deixe-se livre para percorrer as trilhas (que não são tão grandes) e ver de perto a preservada geografia do parque, que consiste em um vale rodeado por dois paredões de rocha vulcânica concentrando um imenso lago que invade seu centro. Neste lago é possível fazer mergulhos com cilindro e ver a fissura Silfra, que é uma fissura subterrânea entre as placas continentais da América do Norte e Eurásia.
Entre o estacionamento próximo ao ponto de mergulho e a entrada principal do parque existe uma icônica igreja e um cemitério que pedem excelentes fotografias, e ao norte do parque escondida entre fissuras continentais existe a cachoeira de Öxarárfoss. A trilha é bem sinalizada, e próximo à cachoeira existe um deck de madeira onde é possível posicionar bem o tripé para boas fotos.
Geysir
Geysir é o nome da área homônima ao gêiser mais famoso da região da área geotérmica de Haukadalur, mas hoje o Geysir parece mais um caldeirão de sopa, que muito raramente ameaça alguma reação. Para sorte de todos, a região geotermal abriga outro gêiser, o Strokkur, que apesar de não lançar água fervente à 70 metros como seu “falecido irmão” alguns passos ao lado, garante uma erupção a cada cinco minutos aproximadamente.
A área possui piscinas naturais com uma lama de cor bem destacada e até uma trilha para a encosta ao fundo dos géiseres, mas o destaque dessa vez fica por conta de aguardar o Strokkur cuspir pelo menos umas quatro vezes, uma para bater uma boa foto, outra para bater uma selfie, mais outra porque você perdeu uma das duas anteriores e finalmente a última para apenas olhar e se divertir!
Gulfoss
Gullfoss é uma das atrações turísticas mais populares na Islândia. Apesar da sensação causada pela umidade, que facilmente transformava poucos graus negativos em muitos graus negativos, ver o imenso volume desaparecer em um grande “buraco de gelo” foi impressionante. A garganta de 32 metros de profundidade parecia engolir todos aqueles 80.000 litros de água por segundo, (que na verdade é apenas a metade da vazão durante o verão) em sua imensa boca congelada. De cima, na verdade, de cima e bem de perto pois atravessamos a via congelada para chegar bem próximos à cachoeira, a sensação de queda era eminente e conseguimos entender que ali a natureza coloca o homem na sua devida escala.
O fato curioso sobre esta queda é que ela ficava dentro de uma propriedade privada e correu inclusive o risco de deixar de existir, quando investidores estrangeiros estudavam a possibilidade de construir uma barragem à montante da queda. O governo interveio e pagou pela área, construindo ali o parque qual visitamos.